Entendendo os mecanismos fisiopatológicos da dor na endometriose profunda: o papel da invasão perineural (próxima a nervos)
É sabido que pacientes com endometriose costumam ter, com frequência, dor pélvica, às vezes, de forte intensidade. Entretanto, os mecanismos que levam à dor ainda não foram totalmente compreendidos. Liang et al. do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia de um hospital afiliado à Universidade Sun Yat-sen, na China, publicou recentemente um artigo interessante no Journal Of Pain Research sobre um estudo prospectivo para avaliar a associação de endometriose profunda e invasão perineural e sua relação com a dor.
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Foram envolvidas neste estudo 64 pacientes com endometriose profunda, cujos nódulos endometrióticos foram ressecados dos ligamentos uterossacros e/ou do septo retrovaginal por laparoscopia. Imunohistoquímica e imunofluorescência dupla foram utilizadas para pesquisar a invasão perineural da endometriose e o número de microvasos nos tecidos endometrióticos. Com isso, as pacientes foram divididas em dois grupos: com a presença ou ausência de endometriose perineural histológica.
A presença de invasão perineural de endometriose foi comum na endometriose de infiltração profunda. Foi ainda observado que a pontuação de dismenorreia (cólica menstrual), dispareunia (dor nas relações sexuais) e dor pélvica crônica foram maiores nas pacientes com endometriose com invasão perineural positiva. Além disso, a densidade de fibras nervosas recém-formadas e de microvasos foi significativamente aumentada nesse grupo.
Os achados desse estudo sugerem que a presença perineural da endometriose é frequente na endometriose profundamente, e intimamente associada à dor associada à endometriose, incluindo dismenorreia, dispareunia e dor pélvica crônica.
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